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Sonhos de uma infância

Quando se é criança os sonhos fazem parte de nós de forma penetrante. Não sabemos distinguir o que são sonhos e o que é real. Não temos medos, estamos conhecendo as regras e os limites. No meio dessa confusão boa entre realidade e imaginação vivemos intensamente.

Eu criança, sonhava com muitas coisas, em ser atriz, em ser arquiteta, em ser artista, com inúmeros desenhos da infância espalhados pela casa. Sonhava em ser escritora. Minha diversão era escrever. Escrevia muito, escrevia como um refúgio, como se me transcrevesse para as folhas de papel.

Na estante, diversos poemas, cadernos coloridos que continham em si uma letrinha infantil, desconjuntada, ainda amadurecendo a caligrafia, mas cheia de intensidade.

Hoje, aos 30, eu me deparo com as memórias de infância, e me pergunto: Onde está aquela garotinha corajosa e sem medo? Ela escrevia confundindo a realidade com a imaginação, construía para si sonhos e um mundo a ser conquistado.

Ela cresceu, amadureceu, mas... todo mundo precisa preservar em si porcentagens de ser criança.
Esses dias me peguei mais uma vez questionando: será que consegui realizar meu sonho de menina sonhadora e sapeca, me tornando uma jovem formada em jornalismo?

No entanto, ao mesmo tempo, essa jovem adulta com o passar dos dias e anos deixou de lado os cadernos e as infinitas canetas, de diversas cores, que ao ser reproduzida para os papéis continham vida, sonhos e imaginação. Observo que perdi a prática, parece que não sei mais escrever, passar para o papel meus sentimentos. No fundo é medo, do que podem pensar e dizer.

Mas algumas vezes obedeço ao chamado, a alma lateja, os pensamentos borbulham e o desejo forte toma conta. Eu quero perpetuar ao mundo o que está dentro de mim.
Enquanto isso, vou me achando, vasculhando o meu eu, até encontrar vestígios daquela menininha, que debruçada aos livros sonhava em ser 'giganta".


Thayra Azevedo
Março de 2020

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